Praça do povo. Festival Cultural e Gastronômico em João Monlevade. O tempo estava frio, mas o sol queria sair. A decoração da praça foi feita com origamis de várias cores. O público caminhava pelas barraquinhas de comida. Havia uma cascata ao lado. E uma fonte ao fundo que jorrava água. As famílias iam chegando. Algumas crianças estavam de boina por causa do clima. Olhares de curiosidade sobre o que aconteceria no palco. Integrantes da Orquestra Big Band Funcec (que completam 25 anos de história em João Monlevade) estavam posicionados. A primeira banda a se apresentar testava o som. A inserção de música começou a tomar conta da praça: ecos de bateria, triângulo e sanfona.
O coletivo Mambembe se aquecia no camarim. Enquanto eu observava, vi as vozes se transformando, os personagens tomando forma, a cantoria. A coordenadora do projeto, Raquel Castro, disse: “mais 10 minutinhos?” e um integrante do Mambembe, envolto no personagem pediu: “pode ser 13?” Em animação os outros gritaram, "é 13! 13!" Eles riram e continuaram a se preparar.
O camarim foi tomado por batidas de tambor, vozes estridentes, fragmentos artísticos do que viria a acontecer na praça. Violão sendo afinado, pandeiro nas mãos, atabaque zunindo, maquiagem pronta, primeiros passos de dança. A trupe nasceu no camarim.
O Mambembe entrou dançando na praça, tirando sorrisos das pessoas ao redor. A presença do coletivo fez com que o público fosse se aproximando. E assim, eles começaram a cantar. O Mambembe preencheu todo o espaço da praça do povo.
Bem vindos a carochinha! O que é carochinha? O que pode ser a carochinha? Para o grupo, a carochinha é uma cidade itinerante, que passeia pelos lugares, que não tem uma arquitetura, que não precisa de praça (porque os bancos são pesados).
Ao longo da apresentação, tivemos a presença ilustre do prefeito de Carochinha (que sumiu e voltou de novo). Do ilustre Tião da Tina. Da Tonha e do Sebastião. Entre canções, amores e dúvidas, eles inundaram a praça de arte.
Ao fim, entre uma fala e outra, encerraram com uma frase que representa bem o Festival de Inverno UFOP 2023, as possibilidades, as escolhas, as transformações…
É por isso que lá em Carochinha se diz: quem não tem Tonha vai com a Tina!
Texto: Jeane Polva