A Capoeira ensina sobre a vida e adverte sobre as armadilhas. Entre a encruzilhada, o corpo e o axé, o conhecimento atravessa gerações.
Oxalufã é um orixá velho e sábio. Com passo cambaleante e sabedoria, ele transmite calma. Esse nome acompanha o Grupo Oxalufã, que reside em Mariana e leva a prática da Capoeira à cidade desde 1978. Em um encontro único, que aconteceu no dia 21/07, o Festival de Inverno UFOP 2023 teve a honra de receber o Mestre Damião e o Mestre Paulo Brasa.
As dinâmicas da roda, os cantos, a movimentação dos corpos, os ensinamentos dos Mestres. Tudo estava interligado. O berimbau, o atabaque, o pandeiro, o agogô e o reco-reco. Os sons invadiram o Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS).
Mestre Damião falou sobre a trajetória da Capoeira em Mariana, os preconceitos que precisou enfrentar (e enfrenta até hoje), a resistência e a sabedoria dos Mestres que conheceu.
Mestre Paulo Brasa, sempre sábio, relembrou a história da Capoeira em nosso país, citou Gilberto Gil e enfatizou sobre a importância da regulamentação da prática. Para ele, os capoeiristas precisam sonhar cada vez mais, e a Capoeira precisa de mais incentivo. O Mestre ainda disse que a Capoeira está em todos nós:
"Assim como o samba, aquele gingado, o frevo e outras movimentações culturais do Brasil, a Capoeira também está no nosso sangue."
A Capoeira nos escolhe. A Capoeira permanece viva!
Vida longa ao Mestre Damião! Vida longa ao Mestre Paulo Brasa! Vida longa a Capoeira!
Texto: Jeane Polva