Partir (2023) e a ressignificação na trajetória de mulheres

Três mulheres enfrentam diferentes desafios cotidianos. Mesmo sem se conhecerem, elas se completam em um caminho de buscas e superação de obstáculos ligados à desigualdade de gênero no país. Essa é a premissa do filme Partir (2023), dirigido por Adriano Medeiros, e lançado no dia 15 de julho, no Cine Vila Rica, em Ouro Preto. Entre momentos de euforia, pude conversar com o diretor sobre a concepção da ideia do Partir, até sua realização.

Entrevistador: Como foi o processo de concepção do filme?

Adriano Medeiros: Dentro do curso de jornalismo nós temos algumas disciplinas que ultrapassam as linhas do jornalismo, como produção, experimentação audiovisual, documentário e direção de fotografia. Junto aos alunos, fizemos um ensaio de uma perspectiva ficcional, que deu muito certo. Entendendo que a gente queria montar um núcleo que pudesse trabalhar ficção, aprovamos em 2020 o projeto Web Cine TV. Nele conseguimos abarcar algumas ações que talvez durante as disciplinas do curso de jornalismo tenhamos uma dificuldade maior. Entre estas ações nasceu a ideia do filme.

Entrevistador: Como foi a participação do núcleo Web Cine TV na realização do filme?

Adriano Medeiros: As ações do núcleo tentam uma aproximação com a comunidade. Nós fizemos um chamamento público em que pessoas da comunidade acadêmica e a comunidade externa pudessem enviar propostas de roteiros e histórias. O argumento do Partir veio de uma ideia proposta em sala de aula. Montamos um grupo, seleção de elenco, inclusive uma aproximação muito grande com o elenco das comunidades externas.

Entrevistador: Sobre o que é o filme Partir?

Adriano Medeiros: O Partir fala da força da mulher. A mulher na sua potencialidade, nas diversas idades, cores. Quem se entende enquanto mulher. E nesse sentido, temos um tríplice protagonismo. Camila é uma dançarina. Ela busca um equilíbrio entre o mecanismo profissional e o mecanismo pessoal. E eu tenho outras duas personagens que são a Andréia e a Lúcia. A partir de um espelhamento da dança, acontece mudanças tanto na vida da Camila, quanto na vida dessas outras personagens. Em determinado momento da trama, todas elas tem uma trajetória de obstáculos e de romper determinados mecanismos ligados a uma questão de gênero.

Entrevistador: Quais temáticas o filme discute?

Adriano Medeiros: O filme discute algumas temáticas de gênero. A gente quer catalizar toda essa força que a mulher tem para romper esses obstáculos.

Fotos: Julia Ribeiro
Fotos: Julia Ribeiro
Fotos: Julia Ribeiro
Fotos: Julia Ribeiro
Fotos: Julia Ribeiro
Fotos: Julia Ribeiro
Fotos: Julia Ribeiro
Fotos: Julia Ribeiro
Fotos: Julia Ribeiro
Fotos: Julia Ribeiro

Texto: Jeane Polva